Livro-te: Chama-me pelo teu nome


    Este era talvez dos lançamentos mais aguardados por mim, desde que soube da adaptação ao cinema que tinha muita curiosidade em conhecer esta história e fiquei muito feliz que a editora Clube do Autor decidiu lançar a versão portuguesa, "Chama-Me pelo Teu Nome" do autor André Aciman foi a minha mais recente leitura, uma história que está entre as categorias young adult e new adult, um romance lgbt que tem o sul da Itália como pano de fundo.



Título em Portugal: Chama-Me pelo Teu Nome
Título Original: Call Me By Your Name
Autor: André Aciman
Nº de Páginas: 284
Lançamento: 06/2018
Editora: Clube do Autor

Sinopse:
Chama-me pelo Teu Nome é um romance arrebatador sobre o desejo e a experiência da atração. Uma das grandes histórias de amor do nosso tempo, narrada de forma inteligente e imprevisível.

Na idílica Riviera italiana nasce um romance intenso entre um rapaz de dezassete anos e o convidado dos pais, um estudante universitário que irá passar com eles umas semanas no verão.

A mansão sobre as falésias é povoada por um conjunto de personagens excêntricas, com um gosto especial pela boa vida. Mas nenhum dos jovens está preparado para as consequências da atracção, que, durante essas apaixonadas semanas de calor, mar e vinho, faz crescer entre eles o fascínio e o desejo, sentimentos que não conseguem suprimir, apesar de todas as proibições e dos perigos.

Divididos entre o receio das consequências e o fascínio que não conseguem esconder, avançam e recuam movidos pela curiosidade, o desejo, a obsessão e o medo, até se deixarem levar por uma paixão arrebatadora e descobrirem uma intimidade rara que temem nunca mais encontrar.

Chama-me pelo Teu Nome não é só uma história intemporal, é também uma análise franca, bela e dura sobre a paixão - como agimos, pensamos e sentimos. Uma elegia ao amor e um livro inesquecível.
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    Começar por dizer que esperei ler primeiro o livro para depois assistir o filme, estava com muitas expectativas e confesso que não foram correspondidas na totalidade.

    Este livro traz-nos a história de Élio, um jovem de 17 anos que vive no sul de Itália, os seus pais costumam ter um género de programa em que hospedam uma pessoa durante o verão e em troca o pai (que é professor) ajuda essa pessoa com os seus manuscritos. O novo hospede chama-se Oliver, um jovem professor americano de 24 anos e antes mesmo de o conhecer, já Élio o tinha escolhido através de uma fotografia para ser o próximo, algo naquele rapaz inquietava o seu ser, mas foi quando o conheceu pessoalmente que o seu mundo acabaria por dar uma reviravolta.

    A paixão, o desejo, a obsessão de Élio é fruto da descoberta da sua sexualidade, de quem ele é, a confusão, a dúvida típica da idade faz com que não só esse desejo ardente pelo Oliver seja visível, como o seu envolvimento com Marzia parece uma forma de colocar tudo a descoberto, explorar o seu prazer.

    Resta saber se Élio será correspondido, se os sentimentos de Oliver se assemelham aos seus e caso isso aconteça, como será o futuro daquela relação... Desta descoberta e aventura somos presenteados com vários momentos deliciosos outros bastante perturbadores.

    Esta história é-nos contada quase em jeito de diário, a escrita quase nos transporta para os olhos de Élio, conseguimos observar tudo através da sua experiência e isso é bom porque trouxe à escrita uma grande intensidade, a percepção dos seus sentimentos, o seu desejo, a sua confusão... nós conseguimos sentir a cada palavra.

    Um dos pontos que eu acho que o autor pecou foi pelo excesso de intensidade de Élio, quase como se tivéssemos a ler os seus pensamentos a toda a hora, a leitura não foi tão fluída porque houve muito pouco diálogo com Oliver, na verdade deixou-me com bastante pena não conseguir conhecer mais desse personagem, o pouco que se conhece é fruto da observação de Élio.

    Além do ponto anterior negativo, também tenho que realçar que o final foi para mim muito decepcionante e mesmo frustrante, não sou o maior fã de finais em aberto, gosto de uma boa conclusão, mesmo que ela não me agrade, o que não acontece neste livro e essa foi a grande diferença que eu senti em relação ao filme, este foi dos poucos casos que gostei um pouco mais do filme e foi exactamente por causa do final, porque o filme tem um final que é definitivo, bom ou mau, é definitivo, não deixa nada em aberto.

    Uma coisa é certa, gostando ou não desta leitura, é um livro que não deixa ninguém indiferente, tem muita coisa boa, outras questões podem ser meramente um gosto pessoal. Fico bastante satisfeito que haja editoras a pegarem em livros com temáticas lgbt, acho muito importante porque a oferta não é muita, sobretudo em Portugal.

    É uma leitura que não é muito massuda, apesar de como referi a cima, podia ser mais fluída, é uma boa leitura e aconselho depois a assistirem o filme, porque é definitivamente uma boa adaptação.



Boas leituras! =)

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